Exercício proposto por Gabriel Perissé para encerramento do módulo Desenvolvimento do Estilo Pessoal. Esse texto é uma homenagem à Mario Quintana. Foi inspirado e plagiado do seguinte texto escrito pelo poeta: "Ah, Sim, a Velha Poesia".
Ode (assimétrica) à Palavra
À Palavra, minha algoz e companheira...
dedico tudo
a que os outros dão importância nenhuma...
a saber:
a dor da saudade
a alegria dos sonhos
a aridez das memórias
a dura realidade
(porque há muitas, muitas realidades...)
a primeira decepção que ainda corrói minha’alma
qual lúgubre tarde de inverno
na solitária fria e úmida deste corpo;
E os ratos?
Não estão ouvindo, escondido nas curvas escuras
das artérias e veias desse cárcere, os ratos?
Sim, os ratos, são eles que me fazem companhia
São guardiões e profetas.
Transbordo no grafite as palavras que ouço deles
menos aquilo que me logrou o destino
causa primária de todas as lágrimas
que não mais rolam sobre essa face
mas...
não há mais raiva
nem rancor
nem mágoa
não há mais dentes a ranger
nem mais nada a declarar
Pois bem,
às vezes
de todas as idéias que me transbordam, a Palavra é a única que
parece ainda conseguir revelar aquilo que existe em mim, mas que não sinto mais e que por isso mesmo tem esse gosto morno de luz.
segunda-feira, 30 de junho de 2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
Muito bom,adorei os ratos no lugar dos grilos.Parabéns.
Postar um comentário